Arqueologia Brasileira
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O passado "esquecido" do Brasil A Arqueologia no Brasil realmente não é muito divulgada, mas nosso território foi palco de importantes descobertas, sendo que possuímos centenas de sítios arqueológicos catalogados (Veja a relação destes sítios acessando o Banco de Dados do IPHAN). No país são desenvolvidas pesquisas arqueológicas que abrangem os mais diversos períodos históricos, desde as épocas mais primitivas (pré-história) até o século XIX (arqueologia histórica). Faremos aqui o relato destas atividades de resgate do passado, expondo os mais importantes achados da arqueologia brasileira. O mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico já exumado nas Américas foi encontrado nas cavernas da região de Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), ele data de aproximadamente 11.000 anos e pertenceu à uma mulher, batizada como Luzia, uma referência ao mais antigo fóssil de um hominídeo (Lucy, de 2 milhões de anos, descoberto na África). Esta região de Lagoa Santa foi pesquisada no século XIX pelo dinamarquês Peter Lund, pioneiro no estudo da pré-história brasileira. Ainda em Minas Gerais, no Vale do Peruaçu, estão as mais espetaculares obras de arte rupestre do país. Elas se destacam pelo uso de cores variadas e pelos grafismos geométricos. Os arqueólogos afirmam que os jogos de cores e formas são superiores aos encontrados no continente europeu. As pinturas mais antigas têm 11.000 anos e as mais recentes 2.000 anos. Já a Serra da Capivara (Estado do Piauí), abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do mundo. São 25.000 desenhos que, juntamente com utensílios de pedra, ossos e vestígios de fogueiras, provocam uma revisão da história do homem no continente americano. No Rio Grande do Sul diversos grupos indígenas pré-históricos desenvolveram suas culturas, o chamado Povo das Casas Subterrâneas organizou verdadeiras "aldeias formigueiro" compostas por cerca de 30 habitações escavadas na terra, protegendo seus moradores do frio invernal. Também na região amazônica e litorânea houve alojamento de grupos humanos na pré-história, esses casos serão relatados à seguir. O Povo dos Sambaquis A ocupação do litoral, desde São Paulo até o Rio da Prata, foi lenta, iniciada talvez há 8.000 anos. É difícil rastrear o movimento destes grupos, por causa dos avanços e recuos do mar ao longo desse período. Os sambaquianos acampavam perto dos mangues e, aos poucos, restos de conchas e moluscos acumulados formavam uma elevação que impedia a passagem do vento e do mau cheiro. Depois de um tempo, erguiam as cabanas sobre os montes consolidados (sambaquis = montes de mariscos). Os vários sepultamentos resgatados permitem definir o tipo físico padrão: homens de 1,61m, robustos, com crânio alto e nariz largo. Os sambaquianos deixaram uma das mais extraordinárias manifestações culturais da pré-história brasileira: esculturas em pedra chamadas zoolitos (representação de animais) ou antropolitos (seres humanos). Os peritos estimam que a escultura de um peixe na pedra levaria 200 horas, em várias etapas do trabalho, do lascamento até os últimos detalhes. É uma pena que os sambaquis tenham sofrido com décadas de vandalismo. As conchas empilhadas eram extraídas para virarem cal, estradas rasgaram os antigos assentamentos e, muitas peças manufaturadas pelo povo que ali vivia foram parar em coleções particulares de todo o país. Só em 1961, por lei, os sambaquis foram colocados entre os sítios arqueológicos a serem preservados. As avançadas culturas da Amazônia
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sábado, 27 de março de 2010
Arqueologia Brasileira
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